
Mas não precisa ser assim, argumenta Susanne Slotsager. O que faz um líder e o que torna a liderança tão difícil é algo evidenciado no mundo extremamente rigoroso da busca e extração de energia offshore como em nenhum outro lugar.
Poucas posições são tão expostas quanto a do Gerente de Instalação Offshore (OIM). Uma sonda ou plataforma offshore é uma comunidade isolada realizando um trabalho difícil e potencialmente perigoso, muitas vezes sob condições geológicas desafiadoras e geográficas implacáveis. O papel do gerente frequentemente amplifica esse isolamento.
É algo que Susanne Slotsager tem observado de perto. No último ano, ela tem viajado por diversas sondas ao redor do mundo, ministrando cursos de liderança tanto no calor do Oceano Índico quanto no frio do Mar do Norte. Ela presenciou as exigências, provações e peculiaridades que os líderes offshore enfrentam diariamente. Ela vê a solução em treinamentos focados, mas isso é esperado de alguém que é instrutora de Habilidades com Pessoas na Maersk Training. Por outro lado, se você quisesse melhorar a comida de uma cozinha, não pediria ajuda a um chef renomado?
O que ela tem presenciado são líderes soterrados em papelada e ondas sucessivas de novos procedimentos. O perigo é que muitos usam isso como uma barreira para se esconder, criando um distanciamento entre eles e as pessoas que esperam sua orientação e direção.
‘As mesmas mensagens de segurança são repetidas continuamente durante as conversas de segurança, reuniões pré-turno, simulações e reuniões de segurança’, escreve Susanne, acrescentando: ‘parece que essas conversas têm pouco impacto na melhoria da cultura de segurança. As repetições monótonas correm o risco de gerar fadiga de segurança e tornar as pessoas imunes.’
O Amargo Frio do Isolamento
Quem trabalha offshore enfrenta dois tipos de isolamento. O primeiro é geográfico, um afastamento ampliado pelas condições de acessibilidade e voo. Depois, há um isolamento ainda mais extremo causado pela certificação, que faz com que poucas pessoas, incluindo a maioria dos funcionários em terra, estejam qualificadas para visitar. Isso contribui para uma barreira mental que alimenta um dos maiores problemas: o fator ‘em terra/offshore, eles/nós’.

A solução para muitos problemas é vista, em alguns setores, como mais uma oportunidade de introduzir novos procedimentos; isso só aumenta a pilha de papelada que eleva as barreiras entre o OIM e sua equipe. Susanne já ouviu falar e presenciou OIMs se refugiando em seus escritórios para lidar com a papelada, criando um distanciamento entre o líder e aqueles que esperam sua liderança.
Existe ainda outro nível de isolamento pessoal para o líder a bordo. Não há uma pausa física do trabalho. Não existe o trajeto de carro para casa, para a família, nem espaço ou tempo livre para outra vida. É apenas uma curta caminhada até a cabine, onde os problemas da mesa continuam presentes no beliche. Não há transição.
Susanne defende que essa transição deve ser feita por meio de treinamento. Só porque alguém é um bom técnico, perfurador ou navegador, não significa que será um bom líder. Os resultados de uma boa liderança se refletem em toda a equipe; não aprimorar quem está no topo coloca toda a organização em risco.
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